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Notícias / Tutancâmon

Maldição por trás da abertura da tumba de Tutancâmon é desvendada

Seis das 26 pessoas que estiveram presente na abertura do túmulo, há mais de um século, morreram de forma misteriosa num período de uma década, o que aconteceu?

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 27/04/2024, às 09h38 - Atualizado em 04/05/2024, às 15h56

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O túmulo de Tutancâmon - Getty Images
O túmulo de Tutancâmon - Getty Images

Era novembro de 1922, há mais de 100 anos, quando o egiptólogo britânico Howard Carter realizou o que é considerada uma das maiores e mais importantes descobertas arqueológicas do século 20: a tumba do antigo rei egípcio Tutancâmon, no Vale dos Reis

Além de toda a riqueza e importância do achado, o que torna a descoberta ainda mais mística é a inquietante maldição da tumba do rei Tutancâmon; afinal, ao longo dos anos seguintes à descoberta, diversos membros da equipe de arqueólogos pereceram de forma um tanto quanto misteriosa. 

Um século depois, em artigo publicado no Journal of Scientific Exploration (JSE), o pesquisador aposentado Ross Fellowes afirma ter resolvido a infame 'Maldição do Faraó'. Entenda!

Maldição do Faraó

Em seu artigo, Fellowes diz acreditar que níveis tóxicos de radiação emanados de urânio e resíduos venenosos tenham permanecido dentro da tumba desde que ela foi selada, há mais de 3.000 anos.

Os níveis de radiação dentro da tumba de Tutancâmon seriam tão altos que qualquer pessoa que entrasse em contato com eles poderia, muito provavelmente, desenvolver uma doença fatal causada pela radiação e câncer.

No interior da tumba do faraó menino / Crédito: Getty Images

"Tanto as populações contemporâneas como as do antigo Egito são caracterizadas por incidências invulgarmente elevadas de cancros hematopoiéticos, de osso/sangue/linfa, para os quais a principal causa conhecida é a exposição à radiação", escreveu Fellowes

Ross ainda deixa claro que tal radioatividade não está isolada da tumba de Tutancâmon. "Níveis de radiação excepcionalmente elevados foram documentados nas ruínas das tumbas do Antigo Reino" e espalhados por locais no Egito.

"A radiação foi detectada pelo contador Geiger em dois locais em Gizé adjacentes às pirâmides", continuou, acrescentando que se trata do radônio — um gás radioativo que também foi detectado em "vários túmulos subterrâneos em Saqqara". Todas essas leituras foram consideradas "intensamente radioativas".

Estudos modernos confirmam níveis muito elevados de radiação em tumbas egípcias antigas, na ordem de 10 vezes os padrões de segurança aceitos", compartilhou o estudo, conforme repercutiu o NY Post.

Também existe a teoria de que aqueles que construíram as tumbas antigas sabiam das toxinas emitidas nos avisos misteriosos gravados nas paredes. "A natureza da maldição foi explicitamente inscrita em algumas tumbas, sendo uma delas traduzida como 'aqueles que quebrarem esta tumba encontrarão a morte por uma doença que nenhum médico pode diagnosticar'", escreveu Fellowes.

Outras traduções ameaçadoras como "proibido" por causa de "espíritos malignos" podem ter alimentado significativamente o medo de que maldições sobrenaturais permanecessem nos locais antigos.

Mortes misteriosas

Conforme recorda o Metro do Reino Unido, esses temores se intensificaram com as mortes misteriosas de Lord Carnarvon, que financiou a escavação em 1922 e supostamente caminhou pelas salas cheias de tesouros, e de vários outros depois de abrirem a tumba selada.

"Carnarvon morreu poucas semanas após o diagnóstico incerto de envenenamento do sangue e pneumonia", escreveu Fellowes. O egiptólogo Arthur Weigall supostamente disse aos colegas que Carnarvon "estaria morto dentro de seis semanas" ao entrar na tumba, afirmou o estudo.

Howard Carter, a primeira pessoa a entrar no túmulo de Tutancâmon com Carnarvon, morreu em 1939 após uma longa batalha contra o linfoma de Hodgkin, que se suspeitava ser causado por envenenamento por radiação.

Objetos encontrados dentro da tumba de Tutancâmon / Crédito: Domínio Público

Enquanto isso, o egiptólogo britânico e escavador independente Arthur Weigall, que também esteve presente na abertura da tumba, é apontado por ser o responsável por iniciar o 'mito' da maldição. Ele morreu de câncer em 1934, aos 54 anos. 

O artigo recorda que, no total, seis das 26 pessoas que estiveram presente na abertura do túmulo morreram no espaço de uma década. Elas sofreram devido à asfixia, acidente vascular cerebral, diabetes, insuficiência cardíaca, pneumonia, envenenamento, malária e exposição a raios-X.

Além das mortes 'inexplicáveis', a teoria da 'Maldição do Faraó' também foi alimentada por eventos estranhos que aconteceram. Segundo o National Geographic, na época em que as escavadeiras abriram a tumba, o Cairo teria sofrido uma bizarra queda de energia e uma estranha tempestade de areia. 

A certa altura, durante a escavação, o cão favorito de Carnarvon supostamente soltou um uivo arrepiante e de repente caiu morto. Já o homem que financiou a escavação teria sofrido uma picada de mosquito e ficou gravemente infectado; o que teria causado sua morte.